Renato - Uma Noite de Crime

O post de hoje é sobre um filme que já havia ouvido falar, me indicaram a assistir recentemente e aqui está a crítica. O filme é o Uma Noite de Crime, ou somente Purge.

 

The Purge

Elenco:  Ethan Hawke, Lena Headey, Max Burkholder 

Diretor: James DeMonaco

Ano: 2013

Na trama de Purge, o Estados Unidos havia sido tomado pelo crime e as prisões do país estavam com superlotação. Para controlar a criminalidade, a cada ano o governo estabelece um único dia em que qualquer crime é permitido. Seja assassinato com armas e o que quer que fosse.
Nesse futuro que não é próximo, James Sandin, interpretado pelo Ethan Hawke, é um rico americano que tem uma puta casa e trabalha vendendo sistemas de segurança para o dia de “Purge”. Quando chega o grande dia, um pobre corria de alguns assassinos na rua da casa da família de Sandin quando seu filho feio e adolescente resolve dar abrigo para esse homem. Agora a casa tem um estranho escondido, com assassinos ameaçando entrar na casa e matar todos se não entregarem o homem. Diante disso, Sandin vê que a segurança da família está comprometida e aí que gera a grande dúvida: O que você faria? Mataria o intruso e os assassinos, entregaria o intruso ou se esconde para tentar sobreviver? O quanto seus valores éticos valem?

O conceito do filme é o que tem de mais interessante: durante uma única noite, anualmente, qualquer indivíduo do país está autorizado a cometer qualquer tipo de crime imaginado e não será punido por isso. Das 19h de um dia às 7h do outro, polícia, bombeiros e paramédicos não possuem autorização para atender absolutamente nenhuma chamada de emergência, interferir, prender ou punir qualquer assassino ou ajudar aos que sofrem qualquer tipo de ato violento. Em troca de 364 dias de paz e quase 0% de violência, a população do país aceitou pagar 12h de crimes impunes contra qualquer um. A pura troca de 364 dias de ordem por meio dia de caos é muito irreal, mas ainda instigante.

Eu tinha esperança de ver um filme que abordasse esse dilema de uma forma um pouco mais adulta. Só pela sinopse, parece uma variação inteligente e mais “real” e menos futurística do Hunger Games, já que Purge se passa em 2022.
Contudo, a triste realidade é que o filme não é tão bom. O impasse ético que envolve a situação é o que tem de mais interessante no filme e deveria ter sido muito melhor explorado.
Por outro lado, a direção do filme decidiu transformar uma ótima história que aborda a ética pessoal e até nacional em um medíocre filme de suspense, abusando de cenas longas e escuras para criar suspense, dar sustos e encher linguiça em um filme que simplesmente não precisava disso.

Pareceu um filme feito por pessoas que não tem experiência em cinema de qualidade e cometeu erros e deixou buracos infantis no roteiro.

Apesar dessas negativas, Purge é um filme bom e diverte, mas, ao meu ver, poderia ter sido um clássico do cinema pela sua criativa proposta e acabou sendo somente um filme razoável.

O adjetivo que deixo para esse filme é: mediano.